Admirador do suingue romântico de Marvin Gaye, Mano Brown foi
beber direto da fonte para gravar seu primeiro álbum solo, "Boogie
Naipe". O disco com 18 faixas, prometido para dezembro, ganha mais uma
amostra nesta sexta-feira (11), com o single "Felizes / Heart to
Heart" [disponível no UOL Música
Deezer]. No refrão, em inglês, ninguém menos que Leon
Ware, cantor e parceiro de Gaye no clássico álbum "I Want You" (1976).
A proposta inicial da parceria era Brown fazer um rap em cima de um som
do músico, que compôs, entre outros, o clássico "I Wanna Be Where You
Are", cantada por Michael Jackson em sua prematura estreia solo em 1972.
Ware, no entanto, mudou de ideia quando ouviu "Felizes".
"A música veio do fato de eu ter ouvido toda obra dele, mas ele que fez um
novo som para mim. Fez a parte dele em inglês para entrar na música",
conta Brown ao UOL.
"Na época eu não esperava que ele respondesse Ele foi o mentor de 'I Want
You', trabalhou com Jackson e Quincy Jones. É um gênio vivo. Tive a
possibilidade de estar perto dele, falar com ele. São sonhos que vamos correndo
atrás", comemora.
Na letra de "Felizes", Brown resgata o tempo em que queria ser o
"Run DMC", "causar na MTV" e estar em Nova York. E cita
"Um Homem na Estrada", música emblemática do repertório do Racionais
MC's, para falar da busca pela felicidade a dois.
"Um homem na estrada da ilusão vai na fé, vai na razão, vai na precisão,
vai na luz / que o senhor destino conduz, preta / uns chamam de missão, outros
de cruz / e o que virá virá, muita lira, virá /; mundo gira, gira, gira nós,
girassóis, carrossel", ele canta.
Com produção de Lino Krizz, o disco vem recheado de participações, com Seu
Jorge, Hyldon, Ellen Oléria e Helião, do RZO.
Como antecipado em entrevista ao UOL, Brown
explica que seu novo trabalho mira os jovens da periferia. "É uma geração
que está mais aberta para a arte, é uma geração pós-governo Lula, uma geração
melhorada, é com isso que eu conto, com a inteligência e sensibilidade
deles."
"Eu quero fazer parte da vida deles, da mesma forma que eu fiz até hoje.
Por que não [tocar] no sábado à noite, quando o cara estiver com a pessoa que
ele gosta, com os amigos, e a gente estar fazendo parte nesse momento? Eu quero
estar presente na festa", explica, sem deixar de rechaçar a ideia de um
disco "romântico". "Estou falando da vida, morô?"
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